Sabe aquele dia em que você chegou da escola chateado por que alguém te chamou de idiota? Tinha alguém te esperando em casa, ansiosa pra saber sobre como você estava se sentindo. E quando você falou sobre as decepções que sofreu, posso apostar que ela te abraçou forte e afirmou que você poderia superar tudo isso. Deve ter falado também sobre o quanto o seu nascimento foi um presente na vida dela, e sobre o quanto você tem valor e nunca deve se esquecer disso.
Agora que já não é mais aquela criança e não precisa (ou acha que não precisa) de um abraço confortante, o que acontece quando você chega da escola ou da faculdade? Ainda procura sua mãe ou simplesmente corre pro quarto pra chorar, porque aquele cara (ou aquela guria) não te dá bola?
Um dos problemas da adolescência é a pseudo-certeza que domina a nossa mente: Aff, minha mãe não me entende!
É isso que a maioria das pessoas na faixa etária dos 12 aos 25 anos (com alguma margem de erro aceitável) pensa. Cada caso é um caso e às vezes a mãe nem é tão próxima dos filhos, por motivos que não cabem a mim listar aqui, mas o que acontece com uma boa porcentagem dos jovens é apenas a crise do "ninguém-me-ama-ninguém-me-quer": é quando as decepções com amores não correspondidos, amigos fakes, notas despencando na escola, namoros que não dão certo, dificuldade pra arrumar emprego entre outros motivos, faz com que a pessoa acredite que a mãe nunca passou por tantas dificuldades, e não pode entender o nível da preocupação que o jovem vive.
Quanta falta de maturidade! Como que nós, jovens em início de carreira e vida social, podemos pensar que nossa mãe teve menos vivência e experiência de mundo do que a gente?
Seria muito mais fácil se experimentássemos falar sobre a vida com ela, que foi a primeira pessoa a nos conhecer, antes de qualquer outro amigo ou namorado(a) e foi a primeira - talvez até a única - a perder noites de sono por conta de um problema exclusivamente nosso. Além disso, não seria confortante poder abrir nossos mais profundos e obscuros sentimentos com uma pessoa que nunca irá usá-los contra nós?
Talvez você diga que com sua mãe é simplesmente impossível conversar, porque ela já vem com pedras nas mãos e tudo sempre acaba em briga. Okay. Então quem sabe você toma a frente e muda o modo de iniciar a conversa? Talvez a solução para os conflitos esteja em suas próprias mãos, mas aquele orgulho próprio exagerado - próprio da adolescência - não te deixa ceder.
Chegue com calma, mostre que quer conversar, e mostre principalmente que se preocupa com a opinião dela, e que está disposto a ouvir críticas e ensinamentos. Não adianta brigar por cada crítica que ela te faça, até porque na rua todos te criticam e ninguém te quer tão bem quanto ela. Apenas ouça, analise com atenção e explique o que precisa ser explicado. Há uma frase bem popular que resume bem o que eu quero dizer aqui: quando um não quer, dois não brigam! Pense nisso...
Além de tudo isso, não se esqueça NUNCA de dizer que a ama.
Você deve reclamar com seu namorado(a) quando ele(a) passa muito tempo sem dizer que te ama, não é mesmo?! Pois se não ouvir essas três palavrinhas já é difícil na posição de namorada(o), imagina como dói sendo mãe, sentindo um amor muito mais forte pelo seu filho, e não ouvindo isso de volta.
Não espere para declarar seu amor quando estiver na frente de um túmulo frio, à beira da cama de um hospital ou mesmo quando precisar de grana pra ir pra balada ou comprar aquela roupa linda que viu no shopping. Quando o interesse financeiro ou o remorso entram no palco, o amor se esconde na platéia.
Convido você, leitor que acompanhou o post inteiro (aliás, thank you por isso! haháá), a refletir sobre aquela cena que eu descrevi no início do texto. Aquilo parece coisa que acontece só na infância? Se você acha que sim, por favor, faça de tudo para que volte a acontecer mesmo quando você já estiver casado.
Porque amor de mãe não acaba quando o filho vira maior de idade, e amor de filho não tem que ficar escondido sob o medo de "pagar mico" que é clássico da adolescência. Vá à luta, e reconquiste o carinho da sua mãe a cada dia, porque chegar em casa cheio de preocupações e temores, e acalmar-se no colo de alguém que te ama sem máscaras, é algo que não tem comparação com nada!
"Mães dão as mãos aos filhos por pouco tempo,
mas dão seu coração para sempre."
16 de maio de 2013 às 16:29
É preciso dizer que amamos alguém, pois como ela saberá?